Era um dia quente de agosto, mais precisamente 6. O mundo enfrentava a Segunda Guerra Mundial que estava prestes a chegar ao fim. URSS e EUA estavam do mesmo lado, mas cada um cuidava de seus próprios interesses. E no meio deles, estava o Japão. E foi a cidade de Hiroshima escolhida para o primeiro uso de bomba atômica. O local do alvo tinha algumas premissas: deveria ter mais de 100 mil habitantes e nenhum americano como prisioneiro de guerra.
Lá se foram 72 anos e mais de 140 mil vítimas depois daquele fatídico dia. Visitando a cidade em um lindo sábado de sol, só vem mesmo na cabeça a música de Gilberto Gil:"Como aquela grande explosão, uma bomba sobre o Japão, fez nascer o Japão da paz". Hiroshima conseguiu colocar toda aquele dor e destruição em monumentos espalhados no Parque da Paz e seguir em frente.
Evidentemente é um soco no estômago ver a história contada pelo ponto de vista das vítimas no museu dedicado ao tema. Logo na entrada, uma simulação em 3 D mostra o exato instante da explosão da bomba e como atingiu a cidade toda em poucos minutos. Em seguida, há uma contextualização do momento histórico, a parte científica da criação do artefato mortal, a decisão de usá-lo e por fim, o dia seguinte. O resgate das vítimas, os efeitos ao longo do ano, a restauração da cidade e a decisão de ser um centro de paz e não de guerra de forma que nunca mais se repita tal atrocidade. O museu estava em reforma e só estivemos na asa leste. De qualquer forma, gastamos ali mais de três horas.
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Flama da paz |
No parque, há vários pontos interessantes de ver com a flama da paz que só será apagada quando toda a ameaça de uso de bombas nucleares tiver desaparecido da face da terra, o sino da paz, o domo - única construção que não foi destruída pela bomba e na época, funcionava como um mercado e um museu de arte e a mais interessante o monumento da paz para as crianças. Esta estátua de 9 metros traz em seu topo a imagem de uma criança fazendo origami, mas precisamente em formato de passarinho conhecido como orizuru. E ali conhecemos o exemplo e força de Sadako Sasaki. Ela era um bebê de dois anos quando a bomba foi lançada. Cinco anos depois, os efeitos secundários se manifestaram e descobriu que tinha leucemia. Durante todo o tempo que esteve no hospital, ela fazia a dobradura pedindo pela cura. Foram milhares até a sua morte em 1955. Desde então, o orizuru se tornou um símbolo de paz e de saúde. As pessoas fazem doação e deixam por lá seus próprios origamis que são transformados em souvernirs e vendidos para a manutenção da fundação que leva o nome de Sadako.
Ainda caminhando, em direção avenida Rijo Dori, encontramos o Museu de Arte de Hiroshima, o castelo e o templo Gokoku. Ali, tivemos a grata supresa de encontrar um grande festival na qual pudemos conhecer ainda mais da cultura japonesa com danças e músicas típicas.
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Dança com as gueixas |
Nosso jantar foi no agradável restauarnte
Ayur. Considerado o melhor restaurante de sushi pela Get Hiroshima, o chef Katsu merece já está pronto para receber um estrela do Michelin. Primeiro pela sua sua simpatia e depois pela habilidade na cozinha. O local é minúsculo e sem nenhum luxo. E lá tem apenas Katsu e sua assistente. Ele faz de tudo. Desde de dar detalhes da sua localização para o nosso motorista até trazer a conta super justa pelas delícias que comemos lá acompanhadas de vários tipos diferentes de sakê. Deixamos por conta dele e experimentamos ótimos sushis e até carne. Valeu muito a pena.
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Chef Katsu e sua assistente no restaurante Ayur |
Vizinho a Hiroshima, cerca de 40 minutos de trem e depois 10 minutos de balsa, está a ilha de Miyajima que tem como principal atração o templo Itsukushima com o seu Torii dentro do mar. Na maré baixa, ainda se pode caminhar até ele e ver as milhares de estacas que sustentam o peso . Na alta, a água chega até o pavilhão principal. Ainda há mais dois templos para visitar por lá: o Senjyokaku e Daiganji. Depois é só voltar pela rua Omotesando Shopping com ótimas opções de presentes e restaurantes. Vale experimentar as ostras e comprar uma colher de mexer o arroz, souvernir típico da ilha.
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O Torii no mar |
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A colher de arroz: símbolo de Miyajima |
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Dica final: JR Pass dá direito ao ônibus Meipuru-pu com duas rotas circulares distintas que passa pelos principais pontos turísticos da cidade. O hotel que ficamos dentro da estação central, o Gran Via, também oferece descontos para os portadores do passe.
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