Hoje acordamos cedo e corremos a ligar a televisão. Eu queria saber como havia sido a ocupação das favelas da Rocinha e do Vidigal, se havia tido resistência, se houve mortes, se a população estava tranquila. Meu namorado já queria saber se a ligacão para a Barra estava liberada para podermos ir para a praia de Grumari. Olhando tudo que aconteceu, parecia meio óbvio que além de um pouco de óleo jogado na pista, não haveria bandidos por ali esperando serem presos depois de tanto alarde durante toda a semana. Acho que a estratégia da polícia funcionou. Mas dois detalhes me chamou a atenção: ontem, no cabelereiro, um dos funcionários é morador da Rocinha e eu pergunto toda preocupada: "como estão as coisas por lá?" A resposta me surpreende: " Estamos muito tristes com a prisão do Nem. O Natal será mais pobre. Você não imagina como ele era bom para a comunidade. A festa do dia das crianças foi espetacular". Lembrando que o traficante Antônio Bonfim
Lopes, chefe do tráfico da região, foi preso na madrugada desta
quinta-feira (10/11/2011) durante uma blitz escondido no porta-malas de um carro. Até em uma operação como está, entendemos o conceito de holograma, na qual toda a situação tem vários lados. Por outro lado, a prisão de Nem e a negativa dos funcionários em receber uma propina para liberá-lo, espalhou uma onda de honestidade na cidade. Na sexta-feira, peguei um táxi do Aeroporto Santos Dumont para o Arpoador e no balcão, a recepcionista me cobrou dez reais a mais. O taxista conversando sobre o episódio do Nem, disse que também não aceitaria "suborno" e brincando quis em devolver os dinheiro. Ontem, na praia, o dinheiro de uma amiga caiu e um segundo depois um passante avisou. Gosto deste efeito colateral :) Agora só resta a Zona Azul fazer a sua parte e parar de consumir drogas. Por enquanto, pelo menos, o entreposto principal, aqui do ladinho de casa, está dominado.
Vejam as fotos da ocuapação do site do jornal O Globo.
Vejam as fotos da ocuapação do site do jornal O Globo.
Helicóptero sobrevoa a Rocinha - Site O Globo. |
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